"Dum tipo que tem, que não deve nada a ninguém..."

(Mais uma vez, só para deixar registrado: eu quero muuuito um teclado com todos os acentos!!!)

Quem me conhece um pouquinho, sabe que sempre, desde a "Gata" dos Saltimbancos, escolho para  trilha sonora da minha vida, musicas do Chico.

Quem não sabe disso, e fundamental que saiba.

Assim sendo, resolvi pegar uma carona depois de assistir "Amor em Quatro Atos", e de ler "Essa historia esta diferente", e arriscar o meu próprio conto, inspirado em alguma letra.

Escolhi, AMOR BARATO, pois eu realmente “ queria ser um tipo de compositor, capaz…”

Foi em um café. 

Ela: “expresso sem açúcar”.

Ele: “ chocolate quente com caramelo”.

Ela no balcão, e ele em uma mesa perto da parede.

Ela perto do potinho de canela…

Ele levantou-se.

Ela notou sobrancelhas desenhadas, emoldurando olhos verdes.

Ele viu mistério. E durante 30 segundos os olhares pararam.

Ela viu a possibilidade de uma bela noite de diversão, já que estava um tanto entendiada naquele fim de semana.

Ele sentiu seu rosto queimar.

Aproximaram-se.

Conseguiram descobrir afinidades.

Ele com 25.

Ela, entrando nos 30, orgulhosa e auto-confiante.

Dia quente, boteco, mesa na calcada e um chorinho ao fundo. 

Uma garrafa gelada e dois copinhos americanos.

Gostavam de samba e gostavam de Chico.

Ali, naquela praca: brechós,  livros antigos e LPs usados. Escolheram o mesmo vinil e o mesmo Neruda.

Optaram por dividir. Um tipo de revezamento. Mas ela quis pagar sozinha.

Nao estavam longe da praia, nem do por-do-sol.

Foram assisti-lo.

E envolvidos pelo clima de bossa nova, deram o primeiro beijo.

Para ela, um beijo naquele momento era obvio, cabia no contexto.

Assim como o cafune, que ela lhe ofereceu na nuca durante o beijo.

Para ele, o beijo, o cafune e o contexto eram diferentes de todos os beijos dados antes, em todas as mulheres .

A fazia especial, e dessa vez sentiu que de verdade, era ela "a da sua vida".

Desse dia em diante ele não tentava lhe roubar beijos, roubava-lhe sempre o cafune na nuca.

Sem que percebesse, colocava mão dela, no exato mesmo  lugar da primeira vez, e apertava-lhe os dedinhos, para que ela, numa reação involuntária, seguisse o movimento, assim como se afaga uma criança desconhecida, ou um bichano carente.

E assim, meio sem preceber, foram se encontrando com frequência.

E sim, ela passou a ama-lo também.

Para ele, queria todo o bem do mundo, queria coloca-lo numa caixinha, o alimentar e dar carinho.

Mesmo sabendo que não o queria como homem, deixou-se levar.

Ele a desejava, desde o primeiro momento.

Em qualquer gesto bobo encontrava provas de amor que ele queria que fossem verdade, que ele acrediava que eram.

Quando se deram conta, havia se passado trés anos. Dois desde que começaram a dividir o mesmo apartamento.

Ela, como sempre, independente.

Acordava, fazia seu café, saia, não levava celular e nunca voltava no mesmo horário.

Fazia viagens repentinas, aparecia com convidados fora de hora e sempre fumava um baseado na mesa do jantar.

Ele, coadjuvante, a assistia e admirava. Olhava escondido, por cima do livro, cada movimento, esperando ansiosamente o momento que ela sentisse sono e o convidasse para ir deitar.

E no meio da noite, ela procurava o calor das suas panturrilhas para esquentar os pés gelados.

Ele se sentia útil por poder aquece-la, como se ela dependesse disso para viver bem.

Nesse momento, ele sempre enconrava um jeito de colocar aquele pedaço da nuca em suas mãos, só para sentir os dedos se movendo no cafune que nunca durava mais de cinco segundos.

Uma noite, ela chegou depois de um happy hour com amigos, ele havia preparado o  jantar. Ela comeu, passou a mão na nuca dele ao atravessar a cozinha por trás da cadeira onde ele estava e seguiu para o banheiro, deixando o prato sujo na mesa.

Tomou  banho e foi se deitar.

Se esqueceu de convida-lo para a cama.

Ele lavou o prato e esperou, ate que foi sozinho.

Ela já estava adormecida, só resmungou algo que ele não pode entender, ajeitou o travesseiro entre os bracos, e continuou a respirar profundamente.

Ele passou a noite em claro, esperando o toque daquele pé gelado que não chegou, ate que o despertador tocou.

Ela saiu e ele passou o dia em casa.

Notou que havia algo errado.

Se preocupou, talvez ela não estivesse feliz.

Poderia suportar qualquer coisa, menos que ela vivesse infeliz.

Decidiu então fazer uma mala pequena e uma reserva na  pousada no canto da praia.

Pegou  um papel e uma caneta, tentou escrever mas não conseguia. Nao tinha como explicar o porque estava a deixando.

O máximo que conseguiu rabiscar foi um:  “ Eu não vou voltar. Fique a vontade, use o meu lado do guarda roupas da maneira que achar melhor e coloque meias antes de dormir. Estou levando comigo apenas pequenas coisas, e levo também esse amor que eu tanto sonho”.

Ao procurar os discos e livros que levaria, apareceu em suas mãos, aquele que tinha "Amor Barato", do Chico. Deixou a vitrola nessa faixa, e colocou o papel em cima.

Mas o Neruda foi com ele.

Amor Barato

Chico Buarque

Composição: Francis Hime/Chico Buarque

Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Modesto

Um tipo de amor
Que é de mendigar cafuné
Que é pobre e às vezes nem é
Honesto

Pechincha de amor
Mas que eu faço tanta questão
Que se tiver precisão
Eu furto

Vem cá, meu amor
Aguenta o teu cantador
Me esquenta porque o cobertor é curto

Mas levo esse amor
Com o zelo de quem leva o andor
Eu velo pelo meu amor
Que sonha

Que enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor

Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha

Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Barato

Um tipo de amor
Que é de esfarrapar e cerzir
Que é de comer e cuspir
No prato

Mas levo esse amor
Com zelo de quem leva o andor
Eu velo pelo meu amor
Que sonha

Que, enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor

Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha

Ainda respiro...

Tenho um enorme carinho por este blog.
E ando me sentindo em divida comigo e com ele pelo abandono nítido.
Assumo aqui o compromisso comigo mesma de voltar.

O verão chegou por aqui. E sim, ele existe.
Dias de sol e biquíni parques afora.
E nunca mais fica escuro.

O sol chega antes das 4am e só vai embora depois das 10pm.

Flores lindas de todas as cores e tamanhos.
Pessoas felizes.
Posso sair na rua de vestido e havaianas.

Finalmente adotei o cabelo curto :)
A Inglaterra tem praia de areia fina também.

O sol bronzeia, e ha aqueles que fiquem vermelhos e ate descasquem (brasileiros?)

Não, não fui ao casamento do príncipe, estava ocupada demais conhecendo Genova, Albenga, Chablis entre outra cidadezinhas pela Itália e Franca, numa deliciosa viagem familiar de carro.

Fui visitar a terra da garoa, da saudade, dos amores e das tempestades emocionais.
Cidade onde o tempo corre depressa, e três semanas passam em trés dias.

E com o coração na mão, chegou a hora de voltar.
E me "engravidei" de novos projetos pessoais.
Conforme a gestação evoluir, os compartilharei aqui.

E vem chegando a primavera!

E de mansinho,  vem dando as caras.

O Sol resolveu dar o ar da graca com (muita) frequencia em London.

E o sol melhora tudo, ate o caminhar das pessoas muda.

O clima muda.

Os habitos mudam.

E ando redescobrindo pequenos prazeres, como: fazer refeicoes no quintal, andar por ai sem casaco, de oculos escuros, e sentir calor.

Suar fora da academia…

A Lua tambem andou visitando esses lados, grande e laranja como poucas vezes vi, essa tal de “maior lua cheia do mundo dos ultimos tempos” foi vista por aqui. E foi notavel. De dar aquela paradinha  ao atravessar a rua, e  ficar ali, olhando pra cima!

Ter um parque de quintal da frente e bom em todos os momentos.

Mas confesso que foi inevitavel imagina-la nascendo gorda assim atras da Igreja, ou entao em Caraiva..

Mas e' isso.a estou e fico feliz em descobrir que ela e' linda de varios angulos.

Num domingo de dia off em comum e sol brilhando resolvemos ir a Brighton ficar mais pertinho do mar, deitar nas pedras, sentir o sol quentinho, barulho de agua.

Nao resisti, arranquei o all star e fui molhar as patinhas.

Mas doooi andar descalca naquelas pedras, e a agua e gelada!!!

30 segundos, no maximo, mas ate que nada mal para um dia de (ainda) inverno !

Brighton tem bem clima de praia, mesmo sem areia, mesmo sem calor, sem biquini, sem guarda sol.

E uma atmosfera diferente de Londres, e charmosa e divertida.

Colorida, tem musica. Tem montanha-russa a beira mar. Tem barcos, tem peixes, tem sorvetes. E tem o mar!

E perdemos o primeiro trem, e fizemos malandragem no Segundo. E escapamos de uma multa , e aproveitamos muito nosso dia brincando de turista, e demos risada em porto-italo-english ate a barriga doer , e voltamos cansados, com um tom um pouco mais rosa nas bochechas.

O Gigante

Minha ilustradora pediu demissao, desse cargo e do de irma presente !!!

Um dia quem sabe, com desenhos, por hora, so historias...

O GIGANTE
  Sempre foi assim, bem "pequenozinho" como costumavam dizer por aí.
  Acostumou-se a olhar para cima para falar, a ver dentro das narinas ao invés de fundos dos olhos, a apoiar nas pontas dos pés ao aproximar-se de algum balcão, a balançar as pernas ao  sentar-se.
  Como as meninas, obrigatoriamente, tinham que olhar para baixo na conversa, aprendeu a ser charmoso, galanteador, a ter um bom papo, e claro, manter o topo da cabeça sempre bonito. Ele era seu cartão de visitas.
  Como não tinha altura para ser temido nas brigas ou nos esportes, foi esforçado e aprendeu então a ser bom, a ter técnicas e muitos argumentos.
  E assim, se tornou uma grande figura, dentro do seu mundo se fez. Se construiu.
  Via toda a sinceridade nas narinas da amada.Todo temor e respeito na cintura dos adversários.
  Um dia, caminhando pela rua, viu no chão algo que os maiores jamais enxergariam.
  Era assim, pequenina, mas tinha forma de girafa, e pela primeira vez, ele teve que abaixar para alcançar algo.
  Pegou-a delicadamente com a ponta do dedo indicador, e não se sabe se por curiosidade ou o que, levou-a até a boca. Engoliu.
  Sentiu algo estranho, aquele pedacinho mudara algo na sua visão.
  Ao continuar sua caminhada, já não se via mais na metade das pessoas nem objetos.
  Os enxergava da mesma altura, olhos cruzavam com olhos, ombros cruzavam com ombros e topos a cabeça com topos da cabeça.
  E ele entristeceu ao não ver mais a beleza de antes, as narinas ocultavam o que os olhos não conseguem esconder.
  Os da amada eram foscos, sem brilho.Olhos de interesse, de ganância, de traição.De amor, não!
  Ao ver os olhos dos inimigos, não enxergou temor ou respeito.Pena sim.
  E ao se ver nesse novo mundo, notou que as pessoas grandes eram na realidade muito cotoquinhas.
  Quis fugir, voltar a ser pequenino, onde tudo era de verdade.
  E foi então, que fechou os olhos, e aprender a andar agachado.

Com o pe em marco...

Nem acredito que ate flores estao brotando nos parques.
Que eu passei por esse tal de inverno sem nem sentir dor.
Que esse papo de escurecer as 4 da tarde e verdade, mas dura pouco.
Descobri que o tal "friozinho gostoso" existe.
 Antes era dificil entender isso, na minha cabeca frio nao podia ser gostoso. Mas assim, de 10, 13 graus, sem cachecol, casaco aberto, uma meia calca so, e gostoso sim :)

Tambem confesso que me assustei ao escrever o titulo do post e ver que segunda feira e marco ja.

E em feveriro aqui, nao tem carnaval.
Mas tem ano novo chines em Chinatown
Cheio de lendas, comemoracoes, dragoes, e gente, muita gente, da ate pra sentir o gostinho do que deve ser a China, assim, MUUITA gente e pouco espaco.

Essa e a parte chata, nao gosto de muita gente e pouco espaco...
Assim como nao gosto de metro lotado.
E assim que tive a ideia de criar um novo mundo. Estou desenvolvendo melhor, mas seria mais ou menos assim:
Pessoas chatas, mal educadas, espacosas etc, seriam enviadas para o mundo B.
E no meu, no nosso, so aquelas especiais... menos gente, menos gente chata, menos brigas, e de mais, so as coisas boas... nao custa sonhar!! rs

Em fevereiro teve tambem Cirque du Soleil - Totem.
E dificil escrever sobre, mas basicamente, 2 horas de boca aberta e sorriso no rosto.
Um mundo , lindo, que poderia ser o cenario do " nosso" que citei acima.
Uma combinacao perfeita de luz, som, imagens, corpos..sincronia.
Just like a dream.
Coisas que fazem as quartas feiras serem prazerosas.. e acabarem em lagosta e bom papo!

Fevereiro, mesmo curtinho.. tambem teve tempo para um pulo em Barcelona e encontrar velhos e novos amigos, e misturar todos em uma coisa boa so.
Barcelona, como eu sempre quis, como sempre imaginei, inteira linda e (com acento, do verbo ser, ahh eu quero um note brasileiro :P)..
As ruas estreitas, a arquitetura impecavel, as pessoas bonitas,  o idioma gostoso de ouvir e tentar reproduzir, as comidas ( ate goiaba no mercado).
A alegria nas ruas... as pessoas nao apenas de passagem e sim, aproveitando mesmo.
O sol!!! Ai que saudade tinha dele, assim, durando o dia inteiro, o ceu azulzinho...

Um toque artistico em cada cantinho.
 Gaudi!
Acho que so la me dei conta que ja me acostumei com o cinza de Londres.
E confirmei que gosto muito mais do colorido!

Era aniversario de Larinha - braco quebrado. E eu fiquei muuuito feliz de poder dar varios abracos bem apertados pessoalmente nela :)

A alem de tudo, tem praia... e eu fiquei so imaginando o verao por la.
Aqui teriam fotos do mar, se o celular ainda tivesse bateria nesse momento.

Logo eu volto la pra registrar mais!

Fevereiro tambem sobrou tempo para as coisas normais: muito trabalho, academia, cinema, dias de pijama, festa na casa dos vizinhos, comilancas, vinho, papo furado, papo cabeca.. horas de telefone, planos, ideias.
Saudadinha de sempre. Vontadinha de mais um pouco de tudo!

Faltou vergonha na cara de comecar um curso, cheguei perto, procurei, mas nada efetivo, espero em marco mudar isso.
Em fevereiro entrou nos planos tbm um pulinho no Brasil, a quem possa interessar, isso deve acontecer no comecinho de junho :)

Antes disso, que marco seja MUUUITO bem vindo!
Me traga coisas boas...e anuncie a primavera!

Feliz ano novo !!!!

Rumo a 2011: Paris, friooo, 5 hs da matina, escuro, bem escuro. Uma sai do hotel e segue uma hora de onibus ate o aeroporto.

Em algum lugar da Irlanda do Norte, outra uma, (que virou 2) entra numa viagem de bus pelas lindas estradas irlandesas.

Outra, depois de perder o onibus original, sai de London, numa viagem sem fim, passando pelo ferry.

Enquanto mais uma dorme no aeroporto de Stansed esperando o horario do voo!!

Dia 30: Nem tao frio assim, caem todas em Dublin.

No achado de 2010, o hostel mais barato, era tbm o melhor localizado ( isso nao deve ser dificil , levando em conta o tamanho de Dublin), e com pessoas mais que simpaticas (o que tbm nao e dificil de se encontrar na Irlanda).

(Re) encontros.

Abracos ansiosos, historias, risadas, novidades, carinho acumulado.

Nesse hostel, alguns estranhos solitarios esperam a noite de 31/12 passar.
O primeiro se une. Guiness. Bate papo, ideias. Solidariedade.

Supermercado.Comida.Vinho.Champagne.Cerveja.Wisky. Vodka.Sorvete. Uvas.. Muito? Sempre cabe mais um, ou dois.. melhor garantir, e sobrar!

Tudo junto , toda hora. Os melhores e maiores desejos num papel. O papel num barquinho..E a agua do Rio os levando a quem quer que possa ajudar a torna-los realidade.

Roda de conhecidos, estranhos, de todas as partes do mundo, clima de ano-novo.Sem se importar ... contagem regressiva, muito alto. Maos dadas.

Amor. Sorriso. Alegria. Saude.... e pq  nao uma "faxina interior" ???rs
Leveza... ausencia de gravidade. Exesso de liberdade.

Companheirismos em PORTUENGLISH (CATALAO)!!!

Os de hoje, como se fossem os de sempre.
Os de ontem, e hoje, para sempre.

Beijinhos e abracos, rua afora, mundo afora, pubs adentro.
A liberdade .
O prazer se ser quem se e', onde esta, e tudo que se quer.

Pular sete ondinhas imaginarias, no exato horario da virada baiana !

Papos cabecas em qualquer hora, lugar, circunstancia!
Unico. Magico.

Somar. Dividir. Multiplicar.
Ser feliz em qualquer tempo, espaco e situacao. Amar e respeitar as diferencas.

Experiencias. Para isso viemos, nao foi??
Experimente-se.!!!

Dublin 2010/2011!!!!

Adeus ano velho...

Balanco final de 2010.
Correndo um pouquinho, sem tempo para o blog, sem tempo para...

Trabalha bastante, mas sempre com muita risada, as vezes com algum stress... com bebada saindo de ambulancia, depois de algumas horas no banheiro, com conversas sem pe nem cabeca com ingleses malucos.
As coisas que se ve do lado de dentro de um balcao em Old Street podem render um livro.

Foi Natal, e Natal em lugar frio tem cara de Natal, as casas ficam decoradinhas, com bonecos de neve no jardim da frente, as ruas tambem , as farmacias, os pubs, e a musiquinha brega de Natal toma conta de boa parte dos estabelecimentos :S.
Aprendi que tem tecnica pra se fazer um boneco de neve, se nao ele vira castelinho de "areia", tem que rolar uma bolotinha, como se fosse um tapete, ai a neve vai grudando, grudando, enfim: bola de neve !

E no natal, chegou meu pai e minha pequenininha irma.
E eu a sequestrei  por alguns dias aqui em casa, embaixo da minha asa, dormindo de conchinha.
E agora ja sinto uma falta danada.
Faltou a irma loira tbm .
E andamos muuuito nessa Londres natalina sem transporte publico.
E fizemos jantar no pub, com muuita comida.
E fomos pra Paris.

E andamos muito Paris tbm. E eu gostei de muita coisa por la.
Gostei de la.
Deu ate vontadinha de aprender a falar frances.

E  chegou dia 30/12... e o balanco 2010.
Me orgulho de 2010.
Comecou normal, como 2009, nao esperava que acabasse diferente.
Alias, a virada passada,  e a lua que era tao cheia , e o sol que nasceu tao lindo, na praia que amo tanto, e tantas  outras "coisas"  mais, parece que foi ontem.
E a cada ano, o tempo tem mais pressa em passar.

Corridas de tempo a parte, 2010, me surpreendeu, muito. Viagens inesperadas: Israel, Jordania, Bahia, Ilhabela, Guaruja....ate vir parar aqui. Pessoas entrando na vida, pessoas saindo, alguns batem na porta pra entrar, outros batem a porta ao sair, muita coisa, mesmo.

Depois de tanto tempo, passar um bom tempo em Sao Paulo, poder reviver um pouquinho , poder estar perto de todos os meus padacinhos espalhados por la.
Esvaziar o (ex) quarto, encaixotar tudo da casa atual, vender boa parte, descobrir que tem que encaixotar tudo da casa da mae tbm... nao ter mais referencia nenhuma qdo se pensa em casa.
Isso nao e ruim.
Tantas coisas que eu nem precisava..
Ter que desapegar. Aprender a guardar coisas, pessoas, lembrancas, sensacoes, apenas no lado de dentro. E' o unico lugar onde elas podem permanecer intactas, pelo tempo que eu quiser.

Quintal da frente...

Em cima da torre...distante de SP!

Nos jardins de Luxemburgo..

Tantos abracos de despedidas, tantas lagrimas de saudade, tantos reencontros.

E e assim sempre, um "tchau" aqui, significa um "oi" ali.
E ja aprendi, que onde quer que eu esteja, sempre vou sentir saudade do lugar anterior, e ansiedade pelo proximo tambem.


E 2010 acabou aqui. Em um dos lugares, que eu realmente nao imaginaria que fosse acabar qdo ele comecou ... e acaba num clima de inverninho gostoso.
Ainda nem tive tempo de me irritar com o frio, qdo fica cinza demais que fico quase brava, abre um fim de semana de belo sol.
Qdo a gente cansa de congelar, o termometro de repente chega a quase 10 graus, e acredite que a sensacao nem e mais tao fria, e vc se sente confortavel.
Quando ta frio demais, vem a neve e tudo vira brincadeira.
E qdo se percebe, esta, num domingo a noite, andando por duas horas em Whitechapel, ouvindo a narracao dos misteriosos crimes de Jack estripador, e isso te leva numa viagem tao doida no tempo, pelas ruelas desse velho mundo, que e capaz ate de ouvir cavalos andando , e nem se incomodar de ficar tanto tempo com o pe em cima do gelo.

Depois entra num pub quentinho, bebe um mulled wine, e fica tudo bem :)

E assim, fica meu agradecimento, ao meu querido, precioso e surpreendente 2010!!!
Que 2011 chegue no mesmo  clima!!!!