domingo, 27 de março de 2011

E vem chegando a primavera!

E de mansinho,  vem dando as caras.
O Sol resolveu dar o ar da graca com (muita) frequencia em London.
E o sol melhora tudo, ate o caminhar das pessoas muda.
O clima muda.
Os habitos mudam.

E ando redescobrindo pequenos prazeres, como: fazer refeicoes no quintal, andar por ai sem casaco, de oculos escuros, e sentir calor.
Suar fora da academia…

A Lua tambem andou visitando esses lados, grande e laranja como poucas vezes vi, essa tal de “maior lua cheia do mundo dos ultimos tempos” foi vista por aqui. E foi notavel. De dar aquela paradinha  ao atravessar a rua, e  ficar ali, olhando pra cima!
Ter um parque de quintal da frente e bom em todos os momentos.
Mas confesso que foi inevitavel imagina-la nascendo gorda assim atras da Igreja, ou entao em Caraiva..
Mas e' isso.a estou e fico feliz em descobrir que ela e' linda de varios angulos.

Num domingo de dia off em comum e sol brilhando resolvemos ir a Brighton ficar mais pertinho do mar, deitar nas pedras, sentir o sol quentinho, barulho de agua.
Nao resisti, arranquei o all star e fui molhar as patinhas.
Mas doooi andar descalca naquelas pedras, e a agua e gelada!!!
30 segundos, no maximo, mas ate que nada mal para um dia de (ainda) inverno !

Brighton tem bem clima de praia, mesmo sem areia, mesmo sem calor, sem biquini, sem guarda sol.
E uma atmosfera diferente de Londres, e charmosa e divertida.
Colorida, tem musica. Tem montanha-russa a beira mar. Tem barcos, tem peixes, tem sorvetes. E tem o mar!







E perdemos o primeiro trem, e fizemos malandragem no Segundo. E escapamos de uma multa , e aproveitamos muito nosso dia brincando de turista, e demos risada em porto-italo-english ate a barriga doer , e voltamos cansados, com um tom um pouco mais rosa nas bochechas.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Gigante

Minha ilustradora pediu demissao, desse cargo e do de irma presente !!!

Um dia quem sabe, com desenhos, por hora, so historias...



O GIGANTE
  Sempre foi assim, bem "pequenozinho" como costumavam dizer por aí.
  Acostumou-se a olhar para cima para falar, a ver dentro das narinas ao invés de fundos dos olhos, a apoiar nas pontas dos pés ao aproximar-se de algum balcão, a balançar as pernas ao  sentar-se.
  Como as meninas, obrigatoriamente, tinham que olhar para baixo na conversa, aprendeu a ser charmoso, galanteador, a ter um bom papo, e claro, manter o topo da cabeça sempre bonito. Ele era seu cartão de visitas.
  Como não tinha altura para ser temido nas brigas ou nos esportes, foi esforçado e aprendeu então a ser bom, a ter técnicas e muitos argumentos.
  E assim, se tornou uma grande figura, dentro do seu mundo se fez. Se construiu.
  Via toda a sinceridade nas narinas da amada.Todo temor e respeito na cintura dos adversários.
  Um dia, caminhando pela rua, viu no chão algo que os maiores jamais enxergariam.
  Era assim, pequenina, mas tinha forma de girafa, e pela primeira vez, ele teve que abaixar para alcançar algo.
  Pegou-a delicadamente com a ponta do dedo indicador, e não se sabe se por curiosidade ou o que, levou-a até a boca. Engoliu.
  Sentiu algo estranho, aquele pedacinho mudara algo na sua visão.
  Ao continuar sua caminhada, já não se via mais na metade das pessoas nem objetos.
  Os enxergava da mesma altura, olhos cruzavam com olhos, ombros cruzavam com ombros e topos a cabeça com topos da cabeça.
  E ele entristeceu ao não ver mais a beleza de antes, as narinas ocultavam o que os olhos não conseguem esconder.
  Os da amada eram foscos, sem brilho.Olhos de interesse, de ganância, de traição.De amor, não!
  Ao ver os olhos dos inimigos, não enxergou temor ou respeito.Pena sim.
  E ao se ver nesse novo mundo, notou que as pessoas grandes eram na realidade muito cotoquinhas.
  Quis fugir, voltar a ser pequenino, onde tudo era de verdade.
  E foi então, que fechou os olhos, e aprender a andar agachado
.